Divulgação Científica:
Biologia, Tecnologia e Cidadania
Em certas regiões da África, a frequência
de um alelo que causa a anemia falciforme
(ou siclemia) tornou-se muito alta. Esse alelo
produz uma hemoglobina anormal. Os
indivíduos homozigotos que possuem esses
dois alelos apresentam anemia e problemas
circulatórios que podem ser fatais. Os
heterozigotos (indivíduos com um alelo que
condiciona a anemia e outro alelo normal) ou
não tem a doença ou têm em forma branda,
sem prejuízos à sobrevivência. Além disso,
eles são resistentes à malária, doença comum
nessa região da África, provocada pela
protozoário plasmódio, que parasita o fígado
e as hemácias, causando a destruição dessas
células. Os heterozigotos são resistentes
porque os parasitas consomem o oxigênio da
hemácia infectada, o que facilita a
aglutinação da hemoglobina e promove a
formação de hemácias em meia – lua,
característica da doença. Essas hemácias com
má – formação serão destruídas pelo baço
antes que o parasita complete seu
desenvolvimento. Assim, os indivíduos
heterozigotos têm vantagens sobre as pessoas
sem alelos para a anemia falciforme, pois
estas podem contrair a doença, e sobre os
portadores de alelos para a anemia falciforme
em homozigose, pois eles morrem cedo. A
sobrevivência dos heterozigotos garante,
naquelas regiões africanas, uma frequência
maior de indivíduos heterozigotos do que em
regiões onde não há malária. Dessa forma,
poder-se-ia esperar que, uma vez erradicada
a malária, a frequência do alelo para a
anemia diminuísse. Porém, apesar do uso de
inseticidas e de outras medidas, a erradicação
total da malária nas regiões endêmicas é muito difícil. Um estudo mostrou que a
frequência do alelo para a anemia falciforme
na população dos Estados Unidos vinda de
regiões malarígenas da África diminuiu para
4,2%. A maioria dessa população emigrou
das regiões malarígenas da África ocidental
há cerca de trezentos anos, e nessas regiões a
frequência do alelo é de 12%. Portanto, a
mudança de ambiente exerceu uma influência
sobre o alelo para a anemia falciforme e
diminuiu sua frequência na população
(LINHARES, S; GEWANDSZNAJDER, H. P. Biologia
Hoje. Volume 3. 3 ed. São Paulo: Ática, 2016).
O texto acima trata de uma:
Divulgação Científica: Biologia, Tecnologia e Cidadania
Em certas regiões da África, a frequência de um alelo que causa a anemia falciforme (ou siclemia) tornou-se muito alta. Esse alelo produz uma hemoglobina anormal. Os indivíduos homozigotos que possuem esses dois alelos apresentam anemia e problemas circulatórios que podem ser fatais. Os heterozigotos (indivíduos com um alelo que condiciona a anemia e outro alelo normal) ou não tem a doença ou têm em forma branda, sem prejuízos à sobrevivência. Além disso, eles são resistentes à malária, doença comum nessa região da África, provocada pela protozoário plasmódio, que parasita o fígado e as hemácias, causando a destruição dessas células. Os heterozigotos são resistentes porque os parasitas consomem o oxigênio da hemácia infectada, o que facilita a aglutinação da hemoglobina e promove a formação de hemácias em meia – lua, característica da doença. Essas hemácias com má – formação serão destruídas pelo baço antes que o parasita complete seu desenvolvimento. Assim, os indivíduos heterozigotos têm vantagens sobre as pessoas sem alelos para a anemia falciforme, pois estas podem contrair a doença, e sobre os portadores de alelos para a anemia falciforme em homozigose, pois eles morrem cedo. A sobrevivência dos heterozigotos garante, naquelas regiões africanas, uma frequência maior de indivíduos heterozigotos do que em regiões onde não há malária. Dessa forma, poder-se-ia esperar que, uma vez erradicada a malária, a frequência do alelo para a anemia diminuísse. Porém, apesar do uso de inseticidas e de outras medidas, a erradicação total da malária nas regiões endêmicas é muito difícil. Um estudo mostrou que a frequência do alelo para a anemia falciforme na população dos Estados Unidos vinda de regiões malarígenas da África diminuiu para 4,2%. A maioria dessa população emigrou das regiões malarígenas da África ocidental há cerca de trezentos anos, e nessas regiões a frequência do alelo é de 12%. Portanto, a mudança de ambiente exerceu uma influência sobre o alelo para a anemia falciforme e diminuiu sua frequência na população
(LINHARES, S; GEWANDSZNAJDER, H. P. Biologia Hoje. Volume 3. 3 ed. São Paulo: Ática, 2016).
O texto acima trata de uma: