Afirmar que a Evolução é um fato é confrontar-se
com controvérsias, pois provavelmente nenhuma
afirmação em toda a Ciência desperta tanta
oposição emocional quanto a evolução biológica.
Apesar disso, nenhuma hipótese científica
diferente da descendência comum com
modificações consegue elucidar e fazer previsões
a respeito da unidade, diversidade e propriedades
dos organismos vivos.
[...] A Teoria da Evolução é controversa porque é
percebida por algumas pessoas como sendo
incompatível com crenças religiosas, especialmente
no que diz respeito à natureza e às origens
humanas.
[...] A maioria dos biólogos que estuda a Evolução
concorda que as questões referentes à crença
espiritual não podem ser decididas pela Ciência,
que, pela sua natureza, é limitada a determinar
causas naturais observáveis, não pode
pronunciar-se a respeito de assuntos
sobrenaturais e não pode dar respostas a
perguntas filosóficas ou éticas fundamentais.
(FUTUYMA, 2002, p. 42)
A partir de uma análise com base científica do tema abordado
no texto, é possível inferir que
Gabarito comentado
Tema central: O texto discute a natureza da Teoria da Evolução como fato científico, as controvérsias públicas associadas a crenças religiosas e o alcance limitado da Ciência diante de questões sobrenaturais. Para resolver a questão é preciso entender o caráter metodológico da Ciência (explicações por causas naturais e testáveis) e a distinção entre conhecimento científico e crenças pessoais.
Resumo teórico rápido: A Ciência busca explicar fenômenos por causas naturais observáveis, testáveis e passíveis de refutação. A hipótese da descendência comum com modificações (evolução) é a explicação científica que unifica diversidade e semelhança entre organismos (Futuyma, 2002). Porém, a Ciência não se pronuncia sobre o sobrenatural; isso não invalida crenças religiosas, apenas delimita campos de atuação (National Academy of Sciences, "Teaching about Evolution and the Nature of Science").
Por que a alternativa D é correta: D afirma que o convívio harmônico entre diferentes modos de perceber a realidade favorece uma compreensão plural — ideia compatível com o trecho que reconhece controvérsia religiosa mas também afirma que questões espirituais não são decididas pela Ciência. O texto sugere coexistência de saberes, não anulação mútua.
Análise das alternativas incorretas (estratégias e erros comuns):
A — Erro: afirma que a ciência apresenta "todas as informações necessárias" — expressão absoluta. O texto destaca limites da Ciência; ela não concentra todo o conhecimento sobre realidade.
B — Erro: diz que a religião deve validar descobertas científicas. Inverte a relação: teorias científicas são avaliadas por evidências científicas, não por validação religiosa.
C — Erro conceitual: afirma que a evolução defendeu a imutabilidade das espécies. Na verdade, a teoria evolucionista confrontou a ideia de imutabilidade, propondo mudança ao longo do tempo.
E — Erro evidente: sustenta que a ciência deve explicar o sobrenatural. Conflita com o próprio texto que afirma limites da ciência frente ao sobrenatural.
Dica de interpretação: Procure palavras absolutas ("todas", "deve", "até mesmo") e checar coerência com o princípio de limitação metodológica da Ciência (apenas causas naturais). Use o enunciado para identificar o recorte: aqui, coexistência de saberes é a mensagem central.
Fontes: Futuyma (2002); National Academy of Sciences — "Teaching about Evolution and the Nature of Science".
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