“O petroleiro de bandeira cingapuriana BW Zambeze zarpou em 30 de julho [2014] do porto de Galveston, no Texas, levando petróleo bruto para a Coreia do Sul. Apesar do pouco alarde que cercou a viagem, os 400 mil barris a bordo foram a primeira exportação irrestrita de petróleo dos EUA para um país fora da América do Norte em quase quatro décadas.”

(EUA despontam na venda de petróleo bruto. The New York Times International Weekly, 4/11/2014, p. 4)

Considerando o fato mencionado é correto afirmar que

com as novas descobertas de poços de petróleo, os EUA se transformaram também em produtores, o que significa uma nova peça no xadrez geopolítico da produção petrolífera.

o menor consumo de gasolina nos EUA, dado pela diminuição da frota automobilística por causa das mudanças climáticas, faz sobrar petróleo, dando condição para exportar.

a novidade não está no fato de os EUA produzirem petróleo, porque o país sempre foi grande produtor, mas, sim, de exportar, mudando aparentemente de estratégia nessa área

para mostrar a países hostis, como Venezuela e países árabes, que os EUA não dependem do petróleo deles, inicia-se a exportação a países amigos, como a Coreia do Sul.

novas descobertas de petróleo nos EUA, assim como o declínio do uso dessa fonte de energia, fazem sobrar petróleo e utilizar a exportação como meio de escoar o excedente.

Gabarito comentado

Taina VegaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: C

Tema central: a diferença entre ser produtor de petróleo e exportar petróleo. A notícia destaca uma mudança prática na política comercial dos EUA — a possibilidade de vender crude a mercados fora da América do Norte — consequência do aumento da produção (shale oil) e de alterações legais/mercadológicas.

Resumo teórico: os EUA sempre foram grande produtor, mas, desde a década de 1970, existia restrição à exportação de petróleo cru. A revolução do shale (fraturamento hidráulico + horizontal drilling) aumentou a oferta interna, pressionando a política sobre exportações; em 2014 foram as primeiras remessas em décadas e, em 2015, houve flexibilização formal das restrições. Fonte: U.S. Energy Information Administration (EIA) e jornais como The New York Times.

Por que C é a correta: a alternativa identifica corretamente a inovação: não é a produção (que sempre existiu em larga escala), mas a capacidade e decisão de exportar que muda a estratégia americana. O enunciado cita a primeira exportação irrestrita em quase 40 anos — isso sinaliza mudança na política de comércio, não apenas descoberta de reservas.

Análise das incorretas:

A — Parcialmente verdadeira (novas técnicas aumentaram produção), mas a alternativa deixa implícito que a novidade é apenas a produção; o foco da notícia é a exportação. Logo, é imprecisa.

B — Errada: a exportação não decorre de "menor consumo por diminuição da frota" por mudanças climáticas. O consumo nos EUA tem flutuações, mas a razão principal foi o aumento da produção doméstica (shale) e mudança regulatória, não queda drástica de frota.

D — Errada por simplificação geopolítica: exportar para aliados pode ter efeitos estratégicos, mas a notícia trata de comércio e regulação; apontar que foi iniciativa para "mostrar a países hostis" é dedução infundada sem apoio no texto.

E — Mistura corretos e incorretos: houve aumento de descobertas/produção, mas não há evidência de "declínio do uso" substancial que justificasse exportar. A exportação foi para aproveitar excedente de produção e mercado, não por queda do consumo doméstico.

Dica de prova: diferencie termos-chave — produzir ≠ exportar; procure no enunciado palavras como "primeira exportação em quase quatro décadas" que indicam mudança política/estratégica. Suspeite de alternativas que acrescentem causas não mencionadas (pegadinhas).

Fontes: U.S. EIA (relatórios sobre tight oil e política de exportações); The New York Times (reportagem citada).

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