Verbos: definição e conjugação verbal

Você deve saber que verbos são as palavras com significados de ação, processo ou estado. Essa é, na verdade, a definição gramatical do termo verbo. Mas você sabia que, dependendo de como o verbo é ou não utilizado, ele pode sugerir outras informações, como aprovação, desaprovação, crítica etc.? Essas informações são muito relevantes para a resolução de questões de Língua Portuguesa em diversos certames, como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), e para a produção de textos.

O que são verbos

Outras informações relevantes sobre os verbos é que eles podem ser flexionados, apresentando informações sobre o tempo, o modo, o número e a pessoa relacionados no discurso. A depender de como essa flexão ocorre, o verbo é considerado regular ou irregular, e defectivo ou abundante, conforme veremos a seguir.

Conforme o nome regular sugere, o verbo é assim considerado quando ele apresenta determinado padrão durante a flexão. Tomando o termo estudar como exemplo, podemos pensar a ação no passado e no futuro, com estudava e estudará, respectivamente. Perceba que, nesse caso, o radical estud- se manteve nas três ocasiões. Ampliando para demais flexões, como estudei, estudarão, estudo, estudareis etc, confirmamos a manutenção desse radical.

Em alguns outros verbos, como o ser, o radical muda drasticamente durante as flexões. Mantendo o exercício de pensar o passado e o futuro, temos era e serei, por exemplo. Outros exemplos de passado do ser são fui e fora. Percebe que, nesse caso, o radical muda? Esse tipo de verbo é chamado de irregular.

Já os verbos defectivos ou abundantes são, respectivamente, aqueles que não possuem todas as formas ou os que possuem mais de uma palavra para a mesma forma, respectivamente.

Para o primeiro caso, podemos trabalhar o colorir. Em um modo passado, esse verbo assume a forma coloria. Mas, perceba, não existe forma no presente. Reflita: “ontem, eu coloria”; “hoje, eu…”. Simplesmente não existe. 

Já no segundo caso, podemos trabalhar o salvar. Você tem um arquivo em seu smartphone, certo? Ele está salvado ou salvo? Ambos os termos estão corretos, pois ambos existem e são gramaticalmente reconhecidos por processos adequados de formação de palavras.

O que é conjugação verbal 

Agora que você já reconhece esses quatro tipos de verbo, podemos prosseguir e analisar a conjugação verbal, que é o estudo de todas as formas que um verbo pode assumir, considerando as flexões que ele pode apresentar. Além disso, é adequado afirmar que os verbos com terminação semelhante (-ar, -er ou -ir) se comportam de modo semelhante.

Isso quer dizer que dois verbos regulares terminados em -ar, como estudar e cantar, vão se flexionar de forma semelhante, mudando praticamente só o radical. Por isso, dizemos que existem três conjugações diferentes, chamadas de primeira (para aqueles terminados em -ar), segunda (para aqueles terminados em -er [e o único verbo da língua portuguesa terminado em -or: por]) e terceira (para aqueles terminados em -ir).

Flexão de número

Um exemplo que cabe atenção é a flexão de número, que, em resumo, expressa a ideia de singular ou plural no enunciado. Como a flexão de pessoa, ela está diretamente ligada aos agentes do discurso, de modo que, se o número for singular, indica as pessoas do singular (eu, tu e ele); se for plural, indica as pessoas do plural (nós, vós, eles).

Modos verbais

Além disso, temos também outro aspecto relevante do verbo: o modo, que são três - indicativo, subjuntivo e imperativo.

Por meio do modo, é possível conferir a posição do enunciante sobre determinado evento. Isso ocorre porque o modo indicativo expressa certeza, enquanto o subjuntivo se refere a dúvida ou possibilidade e o imperativo se relaciona a ordem ou pedido.

Como exemplo, leia as três sentenças a seguir: “você estuda para o ENEM”, “que você estude o necessário“ e “vá estudar para o ENEM”. Perceba que a primeira expressa um fato real, pois, enquanto você lê esse texto, você estuda para o ENEM.

Já a segunda é uma possibilidade, uma expectativa, de que você consiga estudar todo o conteúdo necessário. Por fim, a terceira é uma ordem, evidenciando qual ação você deve realizar.

Retomando o questionamento do início desse texto, sobre outras informações que os verbos podem sugerir, podemos ver como o modo verbal pode ser utilizado, por exemplo, para uma crítica. 

Vamos supor que você e outra pessoa estejam falando sobre os filmes indicados à determinada premiação internacional. Você possui um filme preferindo, enquanto a outra pessoa possui outro filme preferido. Ao dizer “o filme ‘x’ vai ganhar a categoria Melhor Filme”, a pessoa responde “vai sim, certamente”, em tom de ironia. Por mais que o modo indicativo tenha sido utilizado, todo o contexto comunicativo, em especial o tom irônico, apontam para uma desaprovação, afirmando o contrário do que a pessoa disse.

Tempos verbais e Vozes verbais

Adicionando ao modo as possibilidades de tempo (passado, presente e futuro) e de voz (ativa, passiva e reflexiva), as situações comunicativas possíveis são praticamente infinitas. Embora você leia as ideias temporais e os aprofundamentos da voz em outro texto, aqui é importante saber que se referir a uma ação no passado recente é diferente de se referir a uma ação em um passado distante. Da mesma forma, tratar uma ação como algo exercido, isto é, ativo, pelo sujeito da oração é diferente de tratar uma ação como algo sofrido, ou seja, passivo, por esse mesmo sujeito.

Verbos no Enem

Como você deve imaginar, todas essas nuances comunicativas podem ser utilizadas na análise de textos das questões do ENEM, possibilitando extrair informações consideradas implícitas, ou colocadas a seu favor na elaboração da redação, principalmente na organização dos dados e na apresentação da proposta de intervenção.

Quanto à redação do ENEM, que normalmente exige um texto dissertativo-argumentativo, é necessário argumentar com firmeza e com certeza, utilizando exemplos relevantes de quaisquer períodos históricos. Por isso, é importante saber diferenciar, por exemplo, o modo indicativo do modo subjuntivo, destacando de forma eficiente se o exemplo ocorreu há pouco tempo ou se é um evento existente no atual período histórico.

Com base nesses conceitos, além de melhorar a sua comunicação em si, você será capaz de mobilizar competências importantes na resolução de certames nacionais.