Segunda Guerra Mundial: o que foi, causas e consequências
Publicado em: 22/12/2022Fruto do colapso gerado pelos desdobramentos da Primeira Guerra Mundial e da Crise de 1929, a Segunda Guerra Mundial foi um conflito armado de escala global que se desenvolveu de 1939 a 1945, opondo as forças do Eixo às dos Aliados em combates travados na Europa, na Ásia e na África.
Relacionado ao surgimento de movimentos totalitaristas na Europa, tal conflito inaugurou um novo estilo de guerra – a Blitzkrieg – e foi, de longe, o mais destrutivo da história, sendo responsável pela morte direta de cerca de 50 milhões de pessoas – dentre as quais 6 milhões eram judias, vítimas das atrocidades de uma verdadeira política de extermínio.
Devido à sua magnitude e aos efeitos geopolíticos, culturais, humanitários e tecnocientíficos provocados por tal embate, a Segunda Guerra Mundial é assunto de grande destaque em provas como o ENEM, podendo ser abordado por meio de diferentes perspectivas.
Dos efeitos do Tratado de Versalhes à ascensão do nazifascismo na Europa: os antecedentes da Segunda Guerra Mundial
Diante dos desdobramentos da Primeira Guerra Mundial e dos acordos estabelecidos pelo Tratado de Versalhes, entre as décadas de 1920 e 1930, Alemanha e Itália mergulharam em um grave cenário de crise econômica e instabilidade política – que contribuíram para o surgimento de um sentimento popular de revolta e injustiça.
Tal situação se tornou ainda mais dramática diante da Crise de 1929, que, apesar de ter se iniciado nos Estados Unidos, logo se espalhou por diversos países do mundo – principalmente aqueles que, como Alemanha e Itália, dependiam dos investimentos estadunidenses para se reconstruírem.
Este conjunto de fatores contribuiu significativamente para o fortalecimento e a propagação de discursos conservadores, direitistas e ultranacionalistas, que resultaram na ascensão de regimes totalitários como o nazismo de Adolf Hitler e o fascismo de Benito Mussolini.
A partir de meados da década de 1930, as políticas expansionistas de Hitler e Mussolini provocaram grande instabilidade geopolítica na Europa, levando diversos países da região a estabelecerem acordos de proteção. Foi nesse contexto que, em setembro de 1939, o exército alemão invadiu a Polônia, dando início aos conflitos que resultaram na Segunda Guerra Mundial.
As forças Aliadas e o Eixo: os combatentes da Segunda Guerra Mundial
Diante de uma série de acordos estabelecidos, os países combatentes da Segunda Guerra Mundial formaram dois blocos militares: os Aliados – compostos principalmente por França, Inglaterra, Estados Unidos, União Soviética e China, além de mais de vinte outros países – e as Potências do Eixo – que reuniram Alemanha, Itália e Japão, além de sete outros países.
Um fato curioso é que, com a deposição de Mussolini, em 1943, a Itália rompeu relações com a Alemanha e aderiu ao bloco Aliado – em um movimento semelhante ao ocorrido durante a Primeira Guerra Mundial.
O Brasil na Segunda Guerra Mundial
Durante os primeiros anos de conflito, o Brasil adotou posição de neutralidade – apesar da proximidade diplomática de Getúlio Vargas com a Alemanha. Tal situação só mudaria em 1942, quando o governo brasileiro cedeu às pressões estadunidenses e permitiu a instalação de bases aéreas Aliadas em Natal e em Fernando de Noronha, em troca de investimentos na indústria de base do país.
Ao romper relações com a Alemanha e declarar guerra ao Eixo, Vargas formou a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e mobilizou um contingente de cerca de 25 mil militares – que foram enviados à Itália, entre 1944 e 1945, atuando em batalhas como as de Monte Castello e de Montese.
As diferentes fases da Segunda Guerra Mundial
A Supremacia do Eixo (1939-1941)
A primeira fase dos conflitos se caracterizou pela sistematização da perseguição nazista aos Judeus e por um rápido e brutal avanço das forças do Eixo pela Europa e pelo norte da África. Utilizando uma tática de guerra relâmpago – a Blitzkrieg –, o Eixo tomou diversos países europeus – incluindo a França.
O Equilíbrio de Forças (1941-1943)
Já a segunda fase dos conflitos foi marcada pela Solução Final e pelo equilíbrio de forças promovido pela adesão da União Soviética e dos Estados Unidos ao bloco Aliado. Foi a partir de então que os rumos da Segunda Guerra começaram a mudar, com importantes vitórias Aliadas na Batalha de Stalingrado, no norte da África e na frente do Pacífico.
A Derrota do Eixo (1943-1945)
Por fim, a terceira e última fase do conflito foi iniciada com a invasão da Itália pelos Aliados e com a deposição de Mussolini – que levaram à rendição italiana. Tal fase também foi marcada pelas batalhas do Dia D, pela libertação da Polônia, pelo domínio da Alemanha e pela queda do Terceiro Reich.
A Guerra do Pacífico (1941-1945)
Para além dos conflitos em territórios europeus e norte-africanos, a Segunda Guerra Mundial também foi travada no Pacífico e na Ásia Oriental. Relacionada à Segunda Guerra Sino-Japonesa e ao ataque japonês à bases militares estadunidenses – como a de Pearl Harbor –, a chamada Guerra do Pacífico foi marcada por batalhas como a de Midway e a de Iwo Jima.
A devastação do Japão e as consequências da Segunda Guerra Mundial
Mesmo diante da derrota alemã, os combates na frente do Pacífico se estenderam até agosto de 1945, quando os Estados Unidos – em uma desnecessária demonstração de força e de revanchismo – atacaram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki com bombas atômicas – causando a morte instantânea de mais de 110 mil civis e uma destruição sem precedentes, que levaram à rendição do Japão.
A partir de então, o mundo passou por uma série de eventos e mudanças geopolíticas, como a ocupação do território alemão por potências aliadas, pela descolonização da África e da Ásia, pelo julgamento de nazistas envolvidos nos crimes do Holocausto, pela criação da Organização das Nações Unidas (ONU), pela elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos e pelo início da bipolarização do mundo em duas zonas de influência: uma capitalista e outra socialista.
Segunda Guerra Mundial no Enem
Diante de sua relevância histórica e dos complexos desdobramentos causados pelo conflito, a Segunda Guerra Mundial é um dos assuntos mais clássicos das provas de Ciências Humanas do ENEM.
Nesse sentido, existe a possibilidade de o tema constar entre as questões de Sociologia e de Artes, por meio da discussão contextual de sua influência na cultura e na formação de movimentos artísticos.
Porém, a maior probabilidade é que o conflito seja abordado de modo mais específico nas questões de História e de Geografia, sendo relacionado ao período entreguerras, às origens da Guerra Fria e à assinatura de acordos internacionais, ou, ainda, destacando a ocorrência do Holocausto e aos aspectos ideológicos do Nazismo e do Fascismo – como pode ser percebido nos exemplos a seguir:
ENEM 2019
Essa atmosfera de loucura e irrealidade, criada pela aparente ausência de propósitos, é a verdadeira cortina de ferro que esconde dos olhos do mundo todas as formas de campos de concentração. Vistos de fora, os campos e o que neles acontece só podem ser descritos com imagens extraterrenas, como se a vida fosse neles separada das finalidades deste mundo. Mais que o arame farpado, é a irrealidade dos detentos que ele confina que provoca uma crueldade tão incrível que termina levando à aceitação do extermínio como solução perfeitamente normal.
ARENDT, H. Origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 1989 (adaptado).
A partir da análise da autora, no encontro das temporalidades históricas, evidencia-se uma crítica à naturalização do(a):
A) ideário nacional, que legitima as desigualdades sociais.
B) alienação ideológica, que justifica as ações individuais.
C) cosmologia religiosa, que sustenta as tradições hierárquicas.
D) segregação humana, que fundamenta os projetos biopolíticos.
E) enquadramento cultural, que favorece os comportamentos punitivos.
Resposta: D.