Geografia Econômica: o que é, conceitos e dados
Publicado em: 22/12/2022Podemos dividir a geografia em humana e física. A geografia humana tenta entender as relações da sociedade com a natureza, já a geografia física estuda os aspectos físicos do planeta. Essas classificações não se anulam, pelo contrário, são complementares.
A geografia econômica é um ramo da geografia humana que, para um aprofundamento de seus estudos, é necessário um breve conhecimento das características físicas da região em que a população observada se insere.
A economia é classificada em três setores:
- Primário (Agropecuário e Extrativismo);
- Secundário (Indústria);
- Terciário (Serviços e Comércio).
A geografia não observa esses setores apenas sobre o viés dos números frios, como ganhos e perdas, mas sobre como esses auxiliam na modelagem da sociedade e do meio natural.
Para que serve a Geografia econômica
Para que uma sociedade continue avançando, é necessário que ela continue produzindo bens e serviços para abastecer os seus indivíduos de forma sustentável. O desenvolvimento de novos itens ocorre de acordo com a capacidade da mão de obra, matéria prima e do capital acumulado anteriormente.
O censo demográfico, realizado no Brasil pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), evidencia quais são as características da população do país, por exemplo, onde está concentrado o maior número de pessoas ativas e inativas economicamente, tornando possível o desenvolvimento de projetos públicos e privados para as áreas menos assistidas.
A geografia econômica é o ramo que irá aprofundar essas discussões interpretando os dados, observando gráficos e criando ferramentas para potencializar os ganhos sociais.
O que é a PEA (População Economicamente Ativa)

A população pode ser classificada conforme as faixas etárias, sendo assim, consideramos crianças ou jovens as pessoas que têm entre 0 e 19 anos.
Os idosos são aquelas pessoas que têm mais de 60 anos nos países em desenvolvimento e mais de 65 anos nos países desenvolvidos.
As pessoas entre 20 e 59 anos nos países em desenvolvimento ou entre 20 e 64 anos nos países desenvolvidos, são considerados adultos, mas somente aqueles que estão nessa faixa etária e não possuem nenhum tipo de limitação (física, intelectual, motora e etc.) são considerados economicamente ativos.
Dessa forma, a PEA é o grupo de indivíduos mais importante para a dinâmica econômica e social de um país, porque ainda que nos outros grupos etários tenham indivíduos que se mostrem ativos para a economia, a grande massa está nessa faixa etária e, por isso, alguns países, principalmente os desenvolvidos que tiveram uma queda nas suas taxas de natalidade, atraem imigrantes dessa faixa etária para compor sua população.
População Economicamente Inativa
A PEI (população economicamente inativa) é formada por crianças, jovens estudantes, que ainda não estão inseridos no mercado de trabalho, e os aposentados, ou seja, a base e o topo da pirâmide etária.
Os adultos que estão inseridos nesse grupo são aqueles que não possuem remuneração, como as “donas de casa” e os desalentados, pessoas que não se interessam em procurar emprego.
Ainda nesse grupo existem os "nem-nem", que são as pessoas que não trabalham e não estudam, ou seja, não estão se qualificando para exercer uma função remunerada. Em 2018, essa população era de 11 milhões de brasileiros, o que compreendia cerca de 23% da população adulta do país naquele momento.
IBGE E A PEA
No Brasil, o instituto brasileiro de geografia e estatística (IBGE) define a PEA como o grupo de pessoas entre 15 e 65 anos, ou seja, com idade para exercer uma função remunerada e com condições físicas para tal.
Essa população é classificada em dois grupos: os ocupados (aqueles que exercem funções remuneradas) e os desocupados (sem funções remuneradas). Entre os ocupados existem quatro classificações:
- Os empregados são aqueles que possuem vínculo empregatício a partir das regras da CLT (consolidação das leis do trabalho);
- Os empregadores são as pessoas donas de seu meio de produção e por isso necessita do auxílio de outros indivíduos;
- Os autônomos são trabalhadores sem contrato de trabalho ou vínculo empresarial.
- Os não remunerados que podem ser voluntários, estagiários, auxiliares em igrejas, então essas pessoas devem ter funções demarcadas, exercer essa função por no mínimo 15 horas semanais e não receber remuneração.
A distribuição da PEA no Brasil
O Brasil nasce como um país agroexportador (atividades econômicas relacionadas ao campo), mas, somente na década de 1940, as mudanças começam a ocorrer, pois o país inicia o seu processo de urbanização concomitante com a industrialização.
Na década de 1980 o Brasil passou a concentrar sua população na cidade e não no campo, dessa forma a sua PEA passou a estar mais relacionada com atividades citadinas (indústria, comércio, serviços) e não mais com as atividades camponesas.
A uma tendência de crescimento da demanda de empregos no setor terciário, comércio e serviços (público e privado) e um decréscimo da oferta no setor secundário e primário, ambos causados pelo maior uso de máquinas.
A importância da distribuição da PEA no Brasil e no mundo
Ainda que em 2022 a população mundial tenha atingido a marca de 8 bilhões de pessoas, a distribuição desigual causa problemas em diferentes perspectivas.
Na perspectiva econômica, países que apresentam uma grande oferta de trabalhadores, mas pouca oferta de emprego, acabam causando uma crise econômica motivada pela baixa circulação de capital no mercado interno, algo que deverá ser gerido pelo estado.
Um bom exemplo dessa problemática ocorreu, em 2011, no chamado “mundo árabe” (norte da África e oriente médio), onde diversos manifestantes foram às ruas para pedirem mudanças políticas, mas também uma ampliação do mercado de trabalho, pois, naquele momento, as taxas de desemprego eram altíssimas. Essas manifestações ficaram conhecidas como Primavera árabe.
Mas existe também o outro lado da moeda, quando países possuem uma grande disponibilidade de empregos, por sua economia pujante, mas faltam trabalhadores, pessoas no grupo da PEA. Normalmente, a solução é a migração ou a criação de políticas para incentivar a natalidade.
De forma geral, os países emergentes são aqueles que concentram a maior parte da mão de obra do mundo e os países desenvolvidos são aqueles que têm mais dificuldade em preencher as vagas disponíveis de emprego.
Geografia econômica e a PEA no Enem
A geografia econômica é normalmente usada na prova do Enem através da interpretação de dados estáticos inseridos em textos. Quando se fala dos setores da economia, precisamos entender sua funcionalidade e sua influência sobre o meio ambiente e sociedade.
Já a população economicamente ativa aparece, normalmente, na interpretação de pirâmides etárias, no debate sobre migrações e na dinâmica da mão de obra.
Observe:


Considerando que PEA – População Economicamente Ativa – é a população empregada ou que possui condições de trabalhar e que realiza esforço para isso, ou seja, que possui idade legal e está ativa para o trabalho remunerado, assinale a alternativa correta.
a) Comparando as figuras 1 e 2, verifica-se a tendência para o envelhecimento populacional, mas isso não se apresenta como um problema, pois as pessoas trabalham mais anos.
b) No futuro, haverá equilíbrio entre todas as faixas etárias, o que significa que a PEA permanecerá equilibrada.
c) É mais adequado ao país existirem menos jovens, pois significa menos investimento em escolas.
d) A tendência de mudança na pirâmide etária é negativa, pois a projeção é que haverá proporção maior de pessoas economicamente inativas que de pessoas economicamente ativas.
e) A tendência é positiva, pois, no futuro, haverá mais jovens no mercado de trabalho.
A interpretação da pirâmide etária é fundamental para responder às questões sobre a população economicamente ativa. Na questão acima pode afirmar que a alternativa “D” é a correta, pois com o crescimento da população adulta haverá maior demanda por emprego e como a tendência mundial é redução dos postos de trabalho, por causa da mecanização, as mudanças serão negativas para o Brasil.